O biênio 2015 e 2016 foi um dos principais marcos negativos em nossa história. Nesse período, a Operação Lava Jato já tinha ganhado contornos cinematográficos – criminalizando no mesmo balaio a boa e a má política –, assim como a eleição de Eduardo Cunha à presidência da Câmara Federal ao jogaram o Brasil em uma crise política que, ao se desdobrar, foi se tornando uma crise econômica.
Esses episódios culminaram no golpe do impeachment da presidenta Dilma Rousseff e o no início de um processo de e deteriozação do mercado de trabalho iniciado com Michel Temer, concretizado na Reforma Trabalhista, com perdas direitos e garantias, além de um aumento brutal do desemprego e diminuição da renda. Em 2018, com a eleição de Jair Bolsonaro (diga-se de passagem, votou a favor da reforma quando era Deputado Federal) e a chegada de Paulo Guedes no comando da economia brasileira, esse cenário se tornou ainda mais desolador.
Desemprego acima de 10%
Como efeito de comparação, de acordo com o IBGE, no último trimestre de 2014, a taxa de desemprego era de 6,6% da população economicamente ativa. No mesmo período em 2015, esse número saltou para 9,1%. Em 2016 a taxa ultrapassou os 2 dígitos, alcançando 12,2% e desde então não ficou mais abaixo de 10%. Já são seis anos dessa agonia, que piorou ainda mais com a Pandemia de Covid-19.
Esses números se traduzem em aumento da pobreza e miséria como aponta estudo feito pela Tendências Consultoria. A análise dos dados prevê que o Brasil acabará o ano com mais de 50% dos domicílios compostos por famílias das classes D e E, cujo a renda familiar é de até R$ 2,9 mil. O documento ainda aponta que levará sete anos para retomar o nível observado em 2014, de 47%.
É preciso ressaltar que as residências de famílias mais pobres acabam abrigando mais indivíduos, fazendo com que tenha menos recurso disponível por pessoa.
Queda no poder de compra
Apesar da queda do número de desempregados, que hoje essa taxa está em aproximadamente 11,2%, a renda média do trabalho tem caído e está abaixo do nível pré-pandemia. A Inflação alta e baixa perspectiva de crescimento para 2022 podem piorar ainda mais esse quadro. Vivemos uma situação em que as pessoas que estão empregadas trabalham mais horas do que em 2019, mas sem o ajuste real de remuneração faz com que percam o poder de compra.
No próximo domingo, 1º de maio, vamos comemorar o Dia do Trabalhador. Precisamos aproveitar a data e refletir sobre o futuro e como construir uma legislação trabalhista sustentável, em que reúna trabalhadores, empresários e poder público. É inevitável a revogação do atual modelo, que já nasceu fracassado e não traz as respostas às principais demandas da população neste momento: emprego, comida na mesa e um teto para morar.
Fonte : Brasil de Fatos
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