O mundo sabe das atrocidades promovida por um dos piores movimento que aconteceu no mundo, o nazismo; este nazismo ainda prospera na Ucrânia com o Batalhão de Azov.
Alguns os chamam de heróis de guerra, outros de neonazistas: o regimento Azov da Ucrânia está no coração da guerra de propaganda entre Kiev e Moscou, enquanto a Rússia alega que busca a “desnazificação” do país vizinho.
O Grupamento de Operações Especiais Azov, anteriormente conhecido como “Batalhão de Azov”, mas que agora é chamado de “Regimento Azov”, é um alvo comum de postagens pró-Rússia nas redes sociais, incluindo publicações das embaixadas russas em Paris, Londres e em outros lugares.
O regimento está atualmente entrincheirado na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia, que tem sido cenário de algumas das batalhas mais violentas do conflito entre russos e ucranianos.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, usou a presença desse grupo para justificar o bombardeio contra uma maternidade em Mariupol, assinalando que o regimento Azov “e outros radicais” estavam usando o hospital como esconderijo.
O regimento, criado em 2014 por ativistas de extrema-direita, foi utilizado pela primeira vez nos combates contra os separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Desde então, o grupo foi incorporado à Guarda Nacional ucraniana, sob comando do Ministério do Interior.
Entre os seus fundadores está Andriy Biletsky, um ex-integrante da organização paramilitar Patriotas da Ucrânia.
Formado majoritariamente por voluntários, os integrantes do batalhão utilizavam no início insígnias como o chamado “Wolfsangel” (gancho do lobo), que remetem aos símbolos que eram usados por unidades da SS da Alemanha nazista.
Em 2014, este batalhão tinha realmente uma base de extrema-direita, foram racistas de extrema-direita que fundaram o batalhão”, assinalou Andreas Umland, pesquisador do Centro de Estocolmo para Estudos do Leste Europeu, na Suécia.
Mas, desde então, se transformou em uma unidade de combate regular e “desideologizada”, acrescentou Umland em entrevista à AFP.
Seus recrutas não estão mais aderindo ao grupo por conta da ideologia, mas porque “tem a reputação de ser uma unidade de combate particularmente valente”, afirmou analista.
O batalhão de Azov, cujo nome se refere ao mar de Azov, no sul da Ucrânia, ganhou reputação após recuperar o controle de Mariupol dos separatistas pró-Rússia em 2014.
Oito anos depois, está novamente lutando pela cidade que o presidente russo Vladimir Putin espera que lhe renderá sua primeira grande vitória em sua ofensiva na Ucrânia.
Derrotar o regimento Azov também poderia ajudá-lo a justificar as alegações de “desnazificação” da propaganda russa, que também classifica o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, que é judeu, como o líder de “uma gangue de viciados em drogas e neonazistas”.
Tais ataques tentam utilizar como base a memória coletiva da Rússia da Segunda Guerra Mundial, que é chamada de Grande Guerra Patriótica pelos russos, e, assim, estimular o apoio nacionalista à invasão, segundo os especialistas.
Os termos ‘nazismo’ e ‘fascismo’ evocam, no contexto russo, o mal absoluto com o qual não se pode negociar”, afirma Sergei Fediunin, cientista político do Instituto Nacional para Línguas e Civilizações Orientais da França.
O regimento Azov, por sua vez, também aderiu à guerra de propaganda, publicando declarações de vitória no serviço de mensagens Telegram, muitas vezes acompanhadas de vídeos de tanques russos em chamas e classificando os russos como “os verdadeiros fascistas”.
O Azov agora funciona como qualquer outro regimento, “mas com uma melhor estratégia de relações públicas”, opina Vyacheslav Likhachev, pesquisador do Centro ZMINA para os Direitos Humanos em Kiev.
A reputação do grupo atrai muitos potenciais recrutas, “então eles podem escolher os melhores”, afirmou Likhachev à AFP.
A unidade, que tem entre dois e três mil combatentes, manteve a insígnia do “gancho do lobo”, mas Umland ressalta que havia pouca confusão na Ucrânia sobre os seus vínculos com o passado. “Ele não tem mais a conotação de ser um símbolo fascista”, afirma.
Além disso, e de maneira geral, os grupos políticos ultranacionalistas têm perdido força na Ucrânia desde 2014, segundo Anna Colin Lebedev, da Universidade Paris Nanterre.
“Uma das razões é que o nacionalismo mais brando se tornou a corrente principal desde o ataque russo”, escreveu a especialista no Twitter.
Os ex-comandantes do batalhão de Azov, incluindo Biletsky, entraram para a política depois de 2014, mas sua plataforma de extrema-direita nunca conseguiu atrair mais de 2% dos eleitores.
Contudo, desde o início que o Azov é polémico, por causa do seu brasão, o “Anjo-Lobo”.
“O Anjo-Lobo tem uma conotação radical de direita, é um símbolo pagão, também usado pelas SS (organização paramilitar da Alemanha nazi)”, explica o especialista Andreas Umland, do Centro de Estudos sobre o Leste Europeu de Estocolmo.
“Ainda assim, na Ucrânia, não é considerado um símbolo fascista”. O regimento Azov pretende que a imagem seja interpretada como um “N” e “I” estilizados, designando “ideia nacional”.
O fundador e primeiro comandante do batalhão foi Andriy Biletsky, de 42 anos, formado em história pela Universidade Nacional de Kharkiv e há vários anos ativo na cena da extrema-direita. Em meados de 2014, com forças modestas, o Azov participou na reconquista de Mariupol das mãos dos separatistas pró-russos.
Fonte : Jornal 247;
Brasil de Fato;
CNN
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