A eleições no Peru é um ensaio do que pode acontecer no Brasil em 2022; o neoliberalismo não tem dado certo no enfrentamento da pandemia e das economias na américa latina.
Milhares de apoiadores do candidato virtualmente vitorioso à Presidência do Peru, Pedro Castilho, foram às ruas de Lima no ultimo sábado (12) para repudiar as acusações sem provas de supostas fraudes no pleito feitas por Keiko Fujimori e pedir que os resultados da votação sejam respeitados.
Em concentração em frente à sede do partido Peru Livre na capital peruana, movimentos sociais e militantes da legenda defenderam a democracia e a vantagem legítima que Castillo possui na apuração.
O Professor e sindicalista participou do ato e pediu que a vontade do povo nas urnas seja respeitada. “Que a mobilização de hoje expresse ao Peru e ao mundo nossas esperanças de uma mudança para um país mais justo”, disse Castillo.
O candidato também mencionou sua rival de extrema direita e afirmou que, “diante daqueles que querem nos provocar, ofereçamos nossa alegria e respeito”.
A liderança do Peru Livre ainda pediu que as autoridades eleitorais do país “não prolonguem mais” a confirmação dos resultados.
Até às 10h deste domingo, a apuração alcançava 99,935% das urnas contabilizadas, colocando Castilho como virtual presidente eleito do país. Segundo o jornal La República, existem 270 pedidos de recursos de atas de votação que estão em mãos do Júri Nacional Eleitoral (JNE), e os resultados oficiais só serão publicados quando o órgão terminar de processar esses pedidos.
Apoiadores de Castillo permanecem em frente ao prédio do JNE neste domingo, pedindo transparência e aguardando a proclamação oficial da vitória do candidato de esquerda.
Keiko volta a falar em ‘fraude’
A candidata de extrema direita Keiko Fujimori voltou a falar neste sábado (12) em fraude nas eleições, mesmo sem apresentar provas das acusações. A conservadora chegou a dizer que que a “esquerda internacional” está tentando modificar o resultado do pleito.
Após as declarações Keiko, participou de uma marcha a seu favor em Lima e defendeu os pedidos de recurso que apresentou ao JNE. “O que não pode acontecer é que escondam todas as falcatruas que fizeram nas mesas”, disse.
Embora insista no discurso de fraude, Keiko não apresentou provas das suas acusações e foi desmentida por observadores internacionais que acompanharam a eleição.
Manobra para reverter vantagem de Castillo
As manifestações para defender os resultados da eleição ocorrem depois da Justiça Eleitoral ter voltado atrás de uma decisão que poderia retirar a vantagem de Castillo na reta final da apuração.
Na última sexta-feira (11), o JNE havia decidido, contrariando a legislação peruana, prorrogar o prazo para recebimento de recursos que poderiam anular votos das eleições. Após várias reações negativas e condenações por parte do partido Peru Livre, o JNE voltou atrás e, por três votos a um, suspendeu a medida.
Apesar de legalmente oferecer a possibilidade para ambos os partidos apresentarem novos recursos, a ação poderia beneficiar Fujimori, que está perdendo a eleição e já havia anunciado, na noite do mesmo dia em que o prazo se esgotou, que entraria com recursos para tentar anular 200 mil votos por uma suposta fraude para a qual, até agora, não obteve nem apresentou provas.
Fonte : Brasil e Fatos
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