Pela primeira vez na história a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reconhece que os LGBT também são cidadãos e filhos de Deus. “Citado a última edição do Atlas da Violência (2020), segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) 420 brasileiros LGBTQI+ foram assassinados. Esses homicídios são efeitos do discurso de ódio, do fundamentalismo religioso de vozes contra o reconhecimento dos direitos dessas populações e de outros grupos perseguidos e vulneráveis”. Foi longo caminho de lutas até chegar a este vital reconhecimento!
Já em 1984 o GGB protestava contra a campanha da CNBB por ter omitido os homossexuais e travestis dentre as vítimas do machismo. Em 1999 O GGB cutucava a CNBB para que reconhecesse oficialmente ter errado ao queimar milhares de sodomitas nas fogueiras inquisitoriais, seguindo o exemplo de João Paulo II, que pedira perdão aos “hereges protestantes”, aos “pérfidos judeus” e aos “infiéis mulçumanos”. Em 2006 tem início a diálogo: presidente da CNBB e arcebispo de Salvador, D Geraldo Agnelo, recebe o “Oscar Gay” ao declarar: ” É legítimo a reivindicação dos homossexuais de viver na sociedade sendo respeitados em suas diferenças, sem discriminações ou perseguições”. O próprio papa Francisco evoluiu miraculosamente em sua opinião: quando cardeal de Buenos Aires, disse que “el matrimônio homossexual és una trampa (cilada) del diablo”. Já em 2013, em visita ao Brasil, declarou : Quem somos nós para julgar os gays?!” e foi mais além no ano passado ao defender o direito dos LGBT ao reconhecimento de sua união civil e agora abençoa essa inclusiva e polêmica Campanha da Fraternidade copatrocinada pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs.
Fonte : Jornal Atarde
Luiz Mott
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