A prisão do ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), foi efetuada pela Polícia Federal por volta das 16h desta segunda-feira (3), em sua residência, no Condomínio Pedra do Valle, no bairro do Chame-Chame, em Salvador.
A informação foi revelada por aliados do peemedebista, que trataram do assunto como um “drama familiar”. Na saída do apartamento houve comoção, sobretudo na despedida do filho Geddelzinho, de 7 anos, e da esposa, Alessandra.
O ex-homem forte do governo Temer sofreu há quase um ano e meio a morte do pai, Afrísio, e atualmente andava preocupado com a saúde da mãe, dona Marluce. Seu caçula, o deputado federal Lúcio Vieira Lima, sofreu um acidente de carro na semana passada e deixou o hospital há poucos dias, ao mesmo tempo em que revelou a aposentadoria eleitoral do irmão
A prisão de Geddel se deu como parte das investigações da Operação Cui Bono, que apura irregularidades na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal.
Em parte da decisão, o juiz Vallisney Oliveira diz que o peemedebista teria recebido R$ 20 milhões em dinheiro de Funaro e que “solto […] poderá escamotear/esconder esse dinheiro recebido em espécie ainda não localizados, pelas suas apontadas condutas indevidas, fazendo-se necessária também aqui a prisão cautelar para que a decisão não possa ‘cair no vazio’ da ineficácia quanto à reparação de dano e devolução dos valores, caso ao final haja processo e sentença eventualmente condenatória [risco à ordem pública]”.
O peemedebista é suspeito de agir para atrapalhar investigações que apura fraudes na liberação de créditos na caixa econômica– o ex-ministro foi vive presidente do setor jurídico da caixa econômica entre 2011 e 2013, no governo Dilma Rousseff.
A investigação se concentra no período em que Geddel ocupou o cargo e teve origem na análise de conversas registradas em um aparelho de telefone celular apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Ex-deputado e ex-ministro dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Michel Temer, Geddel era um dos principais nomes do PMDB no governo até pedir demissão ano passado depois de supostamente ter pedido a intervenção do então ministro Marcelo Calero (Cultura) para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador.
À época, ele negou que tivesse feito pressão sobre Calero. No governo Temer, Geddel era um dos principais responsáveis pela articulação política com deputados e senadores.
A expectativa do grupo político do democrata é de que, com uma “acusação frágil”, a reversão da prisão preventiva do coligado seja obtida com certa facilidade junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo advogado do ex-ministro, o criminalista Gammil Föppel, que classificou a sentença do magistrado como”absolutamente desnecessária”.
Fonte : G1
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