Afoxé e sua importância ancestral
Epistemologicamente, os afoxés não são somente uma agremiação carnavalesca. Eles são uma forma cultural e política que a categoria social negra elaborou para falar sobre si, sob as suas condições de vida, orgulhar-se e reverenciar a sua ancestralidade, lutar por melhorias, afirmar a sua estética e seus valores éticos. Portanto, fazer um afoxé é lutar contra o silêncio e a invisibilidade. É falar através das letras das músicas, dos ritmos musicais específicos, das narrativas produzidas pelos belos movimentos das danças afro, das formas e conteúdos circunscritos nas indumentárias. Fazer um afoxé é praticar o antirracismo. É fazer acontecer uma experiência inclusiva e democrática no espaço público.
Oju Omim do bairro do Garcia, vem da criação de desecentes da família Damasceno na Vila Carmem, no tradicional bairro do carnavalesco, onde nasceu os Secos e Molhados e Cacique dos Garcia.
O afoxé Oju Omim desenvolve um projeto pedagógico, artístico, científico e político na comunidade cujos efeitos repercutem também nas ruas do bairro, onde já existem grupo de expressão no samba e afro. Ao desenvolver leituras, debates, pesquisas e produção de textos científicos; oficinas e apresentações artísticas nas escolas públicas e nos festivais, as práticas discursivas empoderam pessoas em vunerabilidade, tornando visíveis aos poderes públicos através das manifestações artisticas no carnaval de Salvador no circuito Batatinha, instigando a criação coletiva de enfrentamento a esse problema e formando centenas de jovens. Os integrantes do grupo se envolvem em atividades que vão desde as leituras acadêmicas até a produção de figurinos e instrumentos, como é o caso do xequerê, uma cabaça seca que é envolvida por uma rede de contas para compor um dos sons básicos dos afoxés. “Muitos dos nossos integrantes, que são pardos,negros e brancos tem sua autoestima renovada, o que se reflete no público que nos assiste”, explica presidende Joelma Fernanda Damasceno Vieira e Conselheiro Municipal do Carnaval Albry da Anunciação.
Carnaval, a festa será a apoteose dos afoxés baiano. Em 2025 essas falas enegrecidas fazem acontecer uma série de afirmações positivas entre as celebrações públicas nos festejos de Momescos. A força do Afoxé Oju Omim será mais uma vez compartilhada com a cidade da musica. O grupo preparou uma programação de carnaval voltada para todos os públicos iniciando nas semanas que antecedem a programação de carnaval em Salavdor . Serão dois ensaios abertos no centro histórico da cidade. O primeiro ocorrerá no dia 05 de janeiro, das 17 horas, na praça Teresa Batista. O segundo será no evento que o grupo criou, o “Encontro dos Afoxés” e terá a presença dos grupos carnavalescos mais antigos e prestigiados da cidade: Darajú de Odé, Filhos de Omolu, Mesas de Ogans, Filhos de Nanan, Filhos de Jagun, Omin Nirá O Encontro das tradições ocorrerá no dia 27 de fevereiro na primeira quinta feira de Carnaval no Pelourinho.
Já o cortejo oficial, que abre o carnaval no circuito Batatinha, será realizado no sábado, 3 de março. Para esse grande momento o grupo promete trazer algumas novidades. A concentração será a partir das 18 horas, na rua Alaide do Fejão, centro histórico. O cortejo encerra-se com show do Grupo Mesa de Ogans, com Consellheiro de Cultural Junior Africodén em parceria com o Afoxé Darajú de Odé , que aglutina ritmos e públicos da cena cultural de matriz africana.
Mais informações nas redes sociais: @ojuomim_oficial.
Fonte;
Diretoria Imprensa ACEMA;
Associação Moradores Garcia;
Falando de Caranaval.
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