Mesmo com 133 anos de suposto fim da escravidão no Brasil; ainda alguns empresários do agronegócio que mais faturam na economia, sem nada servi a produção interna do país, Com 92 nomes, governo federal atualizou a lista suja do trabalho escravo, que inclui empregadores envolvidos com a prática criminosa no país. A relação agora tem 1,7 mil trabalhadores resgatados em 19 estados brasileiros. Com 24 nomes, Minas Gerais é o estado com mais registros.
A lista foi criada pelo extinto Ministério do Trabalho e ficou suspensa por três anos até o Supremo Tribunal Federal considerar constitucional da publicação. Hoje, ela é considerada uma referência no combate a esse crime pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
https://sit.trabalho.gov.br/portal/images/CADASTRO_DE_EMPREGADORES/CADASTRO_DE_EMPREGADORES.pdf
Utiliza-se a lista suja para o gerenciamento de riscos socioambientais, utiliza-se a lista suja para verificação de cadeias produtivas. Para verificar se o produto que vocês estão comprando, ou o fornecedor que vocês estão usando, se ele utilizou desta prática, que é considerada uma das práticas mais odiosas de todo o mundo, que escraviza mais de 40 milhões de pessoas”, aponta Leonardo Sakamoto jornalista especializado na investigação de cadeias produtivas.
Ao todo, foram incluídos 19 empregadores no último cadastro. Eles foram responsáveis por submeter 231 pessoas à condições de trabalho análogas à escravidão.
A [lista suja] é considerada tanto um exemplo global, como um inferno para os maus empregadores. Eles movem ações contra a lista suja, essa própria decisão do STF foi em decorrência de uma ação movida pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliários, a Abrainc. Uma série de outras instituições, entre elas ruralistas, já moveram ações. Exatamente porque ela garante transparência”, explica Sakamoto.
Escravidão na colheita do alho
No Sul do país, entre fevereiro e março, uma operação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) do Ministério da Economia resgatou 18 trabalhadores.
A última ação ocorreu na colheita do alho, no município de Campestre da Serra, interior do Rio Grande do Sul. O grupo havia chegado ao local em outubro de 2020.
A defensora Ana Paula Villas Boas, que participou da operação, explica que, até o resgate, os trabalhadores viviam em um alojamento precário, não haviam recebido pagamento e eram ameaçados pelos aliciadores – que chegaram a recolher seus documentos.
“Eles tinham armas de fogo, a gente sabia. Na verdade foram apreendidas as armas logo no início da ação. Essas armas eram usadas para intimidar os trabalhadores, quando eles queriam voltar para casa. Então, eles eram coagidos fisicamente também a se manter no local”, afirma a defensora.
Sucateamento e pandemia
Em 2020, no governo de Jair Bolsonaro, o desmonte das estruturas de fiscalização, aliado às restrições impostas pela pandemia, não impediu que 942 trabalhadores fossem resgatados.
Fonte : Brasil de Fato
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