A advogada Eunice Paiva, 1 símbolo para a luta contra a ditadura militar, morreu aos 86 anos nesta 5ª feira (13.dez.2018). A militante foi vítima de Alzheimer no fim da vida. Coincidentemente morreu quando o AI-5, ato institucional mais duro da ditadura militar, completou 50 anos .
A vida de Eunice foi dedicada às buscas de desaparecidos na ditadura. Em 1971, seu marido, o ex-deputado Rubens Paiva, foi preso e nunca mais retornou para casa. O político foi levado por militares, que o torturaram e assassinaram.
Desde então Eunice procurou a verdade sobre o paradeiro do companheiro. Só conseguiu o atestado de óbito em 1996, após o então presidente Fernando Henrique Cardoso sancionar a Lei dos Desaparecidos Políticos.
Em fevereiro de 2014, a Comissão Nacional da Verdade denunciou que o ex-deputado foi assassinado pelo ex-tenente do exército Antônio Fernando Hughes de Carvalho, oficial do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva).
Eunice era formada em Letras. Após o desaparecimento do marido, fez faculdade de Direito. Especializou-se em Direito Indígena e foi consultora do Governo Federal, do Banco Mundial e da ONU.
A viúva também participou do movimento “Desaparecidos políticos no Brasil”. Ao lado da estilista Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu Angel, e outras mulheres, liderou campanhas pela abertura de arquivos sobre vítimas da ditadura.
Eunice deixa 5 filhos: o escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva, Vera Sílvia Facciolla Paiva, Maria Eliana Facciolla Paiva, Ana Lúcia Facciolla Paiva e Maria Beatriz Facciolla Paiva.
Fonte : Poder 360
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