A Justiça condenou a empresa Bematech S/A a pagar uma indenização de R$ 300 mil por assédio moral praticando contra trabalhadores baianos. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), o assédio moral era praticado pelos gerentes Rodrigo Galvão e Gustavo Zuali, que ofendiam seus funcionários com insultos, constrangimentos e humilhações. O autor da ação foi o procurador Rômulo Almeida, autor da ação.
Na sentença, a juíza Lucyenne Amélia de Quadros Veiga, da 36ª Vara do Trabalho de Salvador, afirma. “As expressões usadas reiteradamente revelavam discriminação de origem, pois atingiam todo o povo da Bahia, com expressões como “baianos lerdos”, em associação à suposta incompetência e ineficiência dos funcionários”.
A magistrada também destacou o estigma de baiano lerdo. “Na verdade, segundo estudos antropológicos, o estigma de preguiçoso do baiano teve origem na elite branca que dominava o Brasil na época da escravidão dos negros e era usada para desdenhar desses escravos que laboravam até a exaustão”.
O valor a ser pago será revertido ao Fundo de Promoção do Trabalho Decente, à Associação de Pais e Amigos de Crianças e Adolescentes com Distúrbios de Comportamento e ao Lar Irmã Benedita Camurugi – R$ 100 mil para cada. A empresa não mais possui filial em Salvador, mas segundo o MPT, o fato não tira dela a responsabilidade de pagar pelo dano moral causado.
A empresa alegou que sempre cumpriu as determinações legais. Testemunhas de defesa também prestaram depoimento, o que não foi suficiente para desconstituir a prova testemunhal produzida pelo MPT. A Bematech alegou também que um de seus gestores era nordestino, mas a juíza não considerou o argumento, “até porque, infelizmente, não raro um oprimido assume o lado do opressor”.
Fonte: bocão news
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